Portugal e o Mundo
BERNARDO PIRES DE LIMA
1. Portugal é herdeiro de uma História que construiu. Esconder isto é intelectualmente desonesto.
De descobridor e aventureiro, a imperial e isolacionista, Portugal foi trilhando o seu caminho consoante os rumos que a História lhe permitiu. Muitas vezes, porém, construímo-la nós mesmos. E isto não deve ser motivo de vergonha para ninguém.
2. A Democracia, e a nosso ver bem, colocou o país nos novos rumos que se iam construindo nas relações internacionais. O reforço da Aliança Atlântica, de que Portugal foi fundador, em 1949, e a opção/necessidade europeia, foram mecanismos que garantiram a consolidação da democracia, do bem estar dos portugueses, permitindo que um país, amputado das suas colónias ultramarinas encontrasse um novo papel no mundo.
3. Para nós, Direita Liberal, não deve haver dúvidas quanto às opções internacionais de Portugal. Somos, por isto, defensores de um consenso político nesta matéria entre partidos do arco democrático que, em boa verdade, sustentaram o regime democrático e o desenvolveram, desde 1974.
4. Vistas as coisas, para a Direita Liberal, Portugal deve conduzir a sua política externa em três eixos fundamentais:
4.1. Aliança Atlântica – Vínculo político/ideológico, garante da paz e segurança no espaço Euro-Atlântico nos últimos 60 anos, consubstanciado na NATO. Naturalmente, Portugal deve assumir uma relação forte e próxima com os EUA, pois esta concede-lhe, quer uma maior projecção internacional, quer uma autonomia maior em alturas críticas no seio da União Europeia. Pode mesmo, ser um caminho para fortalecer o país no interior da UE.
4.2. União Europeia – Projecto extraordinário entre Estados europeus que, a par da Aliança Atlântica, mantem quase a totalidade do Continente europeu em estabilidade e progresso como nunca o havia conseguido. Portugal abraçou-o em 1986 e não deve abandoná-lo. Por outro lado, a integração europeia, ao consolidar a nossa democracia, permitiu, pela primeira vez na nossa secular História, projectar-nos para uma via continental, em paralelo com a tradicional linha atlântica, base das nossas alianças marítimas do séc. XIX, e em quase todo o séc. XX.
4.3. PALOP – Sem qualquer tipo de saudosismos ou refém de quaisquer complexos colonialistas – NÃO SOMOS DESSA DIREITA RETRÓGRADA – a Direita Liberal defende que Portugal deve potenciar como desígnio estratégico nacional as suas relações com os países de língua portuguesa espalhados pelo mundo. Dos pontos de vista institucional, político, diplomático, económico e cultural. Assumir que a África lusófona, o Brasil e Timor são vectores estratégicos da própria relevância de Portugal no interior da UE, enquanto interlocutor privilegiado com esses países e regiões (aqui, também o Magreb deve ser estrategicamente importante para Portugal), conduz-nos a políticas externas menos “empoeiradas” e mais realistas. Assim é a Política Internacional.
5. Para a Direita Liberal não existem alternativas à democracia liberal. Não queremos regressos ao passado nem promovemos campanhas narcisistas ou saudosistas. Não é esse o caminho que queremos para o país. Não é esse o papel que queremos que Portugal desempenhe no séc. XXI. Posto isto, Portugal deve potenciar as suas “armas” no xadrez internacional o melhor que pode e sabe. Não temos dúvidas que o conseguirá. O optimismo está-nos no sangue.
1. Portugal é herdeiro de uma História que construiu. Esconder isto é intelectualmente desonesto.
De descobridor e aventureiro, a imperial e isolacionista, Portugal foi trilhando o seu caminho consoante os rumos que a História lhe permitiu. Muitas vezes, porém, construímo-la nós mesmos. E isto não deve ser motivo de vergonha para ninguém.
2. A Democracia, e a nosso ver bem, colocou o país nos novos rumos que se iam construindo nas relações internacionais. O reforço da Aliança Atlântica, de que Portugal foi fundador, em 1949, e a opção/necessidade europeia, foram mecanismos que garantiram a consolidação da democracia, do bem estar dos portugueses, permitindo que um país, amputado das suas colónias ultramarinas encontrasse um novo papel no mundo.
3. Para nós, Direita Liberal, não deve haver dúvidas quanto às opções internacionais de Portugal. Somos, por isto, defensores de um consenso político nesta matéria entre partidos do arco democrático que, em boa verdade, sustentaram o regime democrático e o desenvolveram, desde 1974.
4. Vistas as coisas, para a Direita Liberal, Portugal deve conduzir a sua política externa em três eixos fundamentais:
4.1. Aliança Atlântica – Vínculo político/ideológico, garante da paz e segurança no espaço Euro-Atlântico nos últimos 60 anos, consubstanciado na NATO. Naturalmente, Portugal deve assumir uma relação forte e próxima com os EUA, pois esta concede-lhe, quer uma maior projecção internacional, quer uma autonomia maior em alturas críticas no seio da União Europeia. Pode mesmo, ser um caminho para fortalecer o país no interior da UE.
4.2. União Europeia – Projecto extraordinário entre Estados europeus que, a par da Aliança Atlântica, mantem quase a totalidade do Continente europeu em estabilidade e progresso como nunca o havia conseguido. Portugal abraçou-o em 1986 e não deve abandoná-lo. Por outro lado, a integração europeia, ao consolidar a nossa democracia, permitiu, pela primeira vez na nossa secular História, projectar-nos para uma via continental, em paralelo com a tradicional linha atlântica, base das nossas alianças marítimas do séc. XIX, e em quase todo o séc. XX.
4.3. PALOP – Sem qualquer tipo de saudosismos ou refém de quaisquer complexos colonialistas – NÃO SOMOS DESSA DIREITA RETRÓGRADA – a Direita Liberal defende que Portugal deve potenciar como desígnio estratégico nacional as suas relações com os países de língua portuguesa espalhados pelo mundo. Dos pontos de vista institucional, político, diplomático, económico e cultural. Assumir que a África lusófona, o Brasil e Timor são vectores estratégicos da própria relevância de Portugal no interior da UE, enquanto interlocutor privilegiado com esses países e regiões (aqui, também o Magreb deve ser estrategicamente importante para Portugal), conduz-nos a políticas externas menos “empoeiradas” e mais realistas. Assim é a Política Internacional.
5. Para a Direita Liberal não existem alternativas à democracia liberal. Não queremos regressos ao passado nem promovemos campanhas narcisistas ou saudosistas. Não é esse o caminho que queremos para o país. Não é esse o papel que queremos que Portugal desempenhe no séc. XXI. Posto isto, Portugal deve potenciar as suas “armas” no xadrez internacional o melhor que pode e sabe. Não temos dúvidas que o conseguirá. O optimismo está-nos no sangue.
3 Comments:
Caro FV
Existem políticas de Estado que não podem estar ao sabor de orientações partidárias. A política externa e a política de defesa de um país devem ser obra de um consenso político- partidário, dentro do chamado "arco democrático". Liberalismo não significa que cada um trace uma política externa para um país. Neste sentido um projecto de Direita Liberal em nada colide com um outro de carácter mais ou menos consensual em matérias como as que já referi acima.
São demasiado importantes para serem objecto de arremesso eleitoral.
O seu comentário pressupõe que a Direita Liberal defenda rupturas em matérias externas. Está enganado. A Direita Liberal deve defender uma orientação que começou em 1977, com o pedido de adesão à CEE,e sustentou o regime democrático até hoje. Disto ninguém tenha dúvidas.
Naturalmente que o papel de Portugal no mundo,que ontem escrevi, é a minha opinião sobre a matéria. Um espaço liberal é isto mesmo: debate de opiniões civilizado.
É esta a minha Direita.
[Bernardo Pires de Lima]
Caro FV
Naturalmente que quem não se identificar com o meu texto pode continuar a ser de Direita e Liberal, também.
O ponto não é este. Com este texto pretendi apenas traçar aquilo que, na minha opinião - na opinião de uma pessoa com 26 anos e que, portanto, é "produto" não do 25 Abril, mas sim da Democracia - deve ser o papel de Portugal internacionalmente.
Aceito todo o tipo de críticas, como não podia deixar de ser. A referência à Direita Liberal, no meu post, teve como objectivo demarcar-me de outro tipo de direitas que têm alguns "fantasmas" que a mim, sinceramente, não me atormentam de todo.
Apareça neste blog e no NOITES À DIREITA quando lhe apetecer. Terei muito gosto em falar pessoalmente consigo na próxima 3ª feira.
Abraço
Bernardo Pires de Lima
As Noites também vão chegar ao Porto e já contam com o Porto. Vai haver brevemente novidades.
Cumprimentos,
Paulo Pinto Mascarenhas
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