O Leitor Liberal
A minha génese liberal - ou a pergunta/sugestão que eu devia ter feito no dia 5
Sem dúvida que a intervenção inicial de Pires de Lima não pretendia cobrir exaustivamente todos os pontos, servindo, além de resposta a algumas "farpas" do agente provocador, para apresentar os moldes gerais e o que se pretende com o projecto "Noites à Direita". A dada altura, ouvi pronunciar a palavra diferença, e pensei que o debate pendesse para o rumo que eu desejava, identificado num parágrafo do "A manta de Salazar e a clandestinidade de Cunhal", da autoria de Pires de Lima. Tal, porém, não aconteceu, e o debate acabou por transbordar para questões sem dúvidas interessantes mas talvez demasiado avançadas, senão vejamos.
Faltou, na minha opinião, o essencial, a resposta ao estímulo da palavra diferença. Faltou começar pelo princípio e afirmar os pilares da ideologia liberal. Pegar na História, recuar até ao Iluminismo, até aos séculos XVI ou XIX, fazer uma ponte com os Liberais Europeus actuais e tentar, em poucas palavras, perceber de onde vimos. Para onde vamos, as posições sobre esta ou a outra matéria, os pontos de contacto com a esquerda ou com a direita, devem ser o debate que se segue, e penso que surgiria facilmente, assim fosse definida a base do projecto liberal, que proponho se inicie na pessoa Humana, o elemento primordial, o alfa e o ómega.
O Liberalismo deve defender intransigentemente a diferença humana, assumindo que, de forma inata ou resultante do processo social, cada ser é um ser, passível de ser tratado de forma única e diferenciada, melhor ou pior que o vizinho, dependendo das suas capacidades e sentido de vida; da sua aptidão para evoluir, da sua vontade de o fazer. O Liberalismo não deve ter por objectivo criar forças que obriguem cada pessoa a ser intervencionista ou empreendedora; deve criar condições e incentivar tais acções, mostrando que conta com todos e cada um de nós, não só enquanto sociedade, enquanto grupo, mas enquanto agente de mudança e próprio destinatário e beneficiário da mesma.
A sociedade Estado deve então organizar-se de modo a entender esta diferenciação, e deve tratar de modo desigual os seus indivíduos, não devendo o desigual ser entendido num sentido pejorativo, como se faz à esquerda. A sociedade civil deve ser dotada de meios para criar as suas próprias instituições e lutar pelo seu sucesso, não só numa base de bem-estar social, mas principalmente na do bem estar individual, que acabará por levar, quando aplicado em larga escala, ao primeiro. Deve ter o Estado o poder para dominar sectores sensíveis (lembro-me da justiça, da segurança, da saúde) mas apenas para regular os sectores semi-sensíveis (falo da educação superior, das energias e telecomunicações, dos transportes).
Em suma, o Liberalismo tem de se começar a implantar fazendo perceber qual a concepção humana que se defende, quebrando o imenso estigma esquerdista que é a igualdade suprema, o domínio da sociedade sobre o indivíduo. As escolas seriam um óptimo veículo de informação, devendo começar, desde bastante cedo, a poder pôr em confronto estas questões, não influenciando, mas apenas dando a conhecer, e deixando as escolhas por conta de cada um. Se há coisa que um regime democrático, liberal ou não, sempre necessitará, é de cidadãos esclarecidos.
Tiago Alves
otelescopio.blogspot.com
Sem dúvida que a intervenção inicial de Pires de Lima não pretendia cobrir exaustivamente todos os pontos, servindo, além de resposta a algumas "farpas" do agente provocador, para apresentar os moldes gerais e o que se pretende com o projecto "Noites à Direita". A dada altura, ouvi pronunciar a palavra diferença, e pensei que o debate pendesse para o rumo que eu desejava, identificado num parágrafo do "A manta de Salazar e a clandestinidade de Cunhal", da autoria de Pires de Lima. Tal, porém, não aconteceu, e o debate acabou por transbordar para questões sem dúvidas interessantes mas talvez demasiado avançadas, senão vejamos.
Faltou, na minha opinião, o essencial, a resposta ao estímulo da palavra diferença. Faltou começar pelo princípio e afirmar os pilares da ideologia liberal. Pegar na História, recuar até ao Iluminismo, até aos séculos XVI ou XIX, fazer uma ponte com os Liberais Europeus actuais e tentar, em poucas palavras, perceber de onde vimos. Para onde vamos, as posições sobre esta ou a outra matéria, os pontos de contacto com a esquerda ou com a direita, devem ser o debate que se segue, e penso que surgiria facilmente, assim fosse definida a base do projecto liberal, que proponho se inicie na pessoa Humana, o elemento primordial, o alfa e o ómega.
O Liberalismo deve defender intransigentemente a diferença humana, assumindo que, de forma inata ou resultante do processo social, cada ser é um ser, passível de ser tratado de forma única e diferenciada, melhor ou pior que o vizinho, dependendo das suas capacidades e sentido de vida; da sua aptidão para evoluir, da sua vontade de o fazer. O Liberalismo não deve ter por objectivo criar forças que obriguem cada pessoa a ser intervencionista ou empreendedora; deve criar condições e incentivar tais acções, mostrando que conta com todos e cada um de nós, não só enquanto sociedade, enquanto grupo, mas enquanto agente de mudança e próprio destinatário e beneficiário da mesma.
A sociedade Estado deve então organizar-se de modo a entender esta diferenciação, e deve tratar de modo desigual os seus indivíduos, não devendo o desigual ser entendido num sentido pejorativo, como se faz à esquerda. A sociedade civil deve ser dotada de meios para criar as suas próprias instituições e lutar pelo seu sucesso, não só numa base de bem-estar social, mas principalmente na do bem estar individual, que acabará por levar, quando aplicado em larga escala, ao primeiro. Deve ter o Estado o poder para dominar sectores sensíveis (lembro-me da justiça, da segurança, da saúde) mas apenas para regular os sectores semi-sensíveis (falo da educação superior, das energias e telecomunicações, dos transportes).
Em suma, o Liberalismo tem de se começar a implantar fazendo perceber qual a concepção humana que se defende, quebrando o imenso estigma esquerdista que é a igualdade suprema, o domínio da sociedade sobre o indivíduo. As escolas seriam um óptimo veículo de informação, devendo começar, desde bastante cedo, a poder pôr em confronto estas questões, não influenciando, mas apenas dando a conhecer, e deixando as escolhas por conta de cada um. Se há coisa que um regime democrático, liberal ou não, sempre necessitará, é de cidadãos esclarecidos.
Tiago Alves
otelescopio.blogspot.com
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